“Diálogos com a morte e + 2”, meu primeiro livro.
FAÇA O DOWNLOAD DO LIVRO “DIÁLOGOS COM A MORTE E +2” AQUI.
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Finalmente eu vou escrever sobre esse livro.
DIÁLOGOS COM A MORTE E + 2 é o meu primeiro livro completo, pois é, um grande feito, não é mesmo? Pois é, eu achei que também seria e quando eu escrevi, porra, foi. Na verdade, por mais que até hoje em dia eu ache o meu maior feito na vida, hoje em dia já tem um gosto comum, mesmo gostoso. As coisas da vida são complexas.
Eu lembro como comecei a escrever ele, foi em uma noite de tédio em que eu não tinha mais o que fazer e então abri o bloco de notas do computador e comecei a escrever sem muito pensar, sem muito organizar qualquer coisa, eu gostava de jogar histórias no caderno ou no computador também pelo tédio, sentimento que inunda muito a minha vida, mas depois dessa noite em que eu só achei que tinha escrito algo legal, algo estava diferente porquê na outra noite eu fiz a mesma coisa dando continuidade a essa história e então na noite posterior, depois a posterior a essa e foi assim por quase o livro todo, se realmente continuasse assim, eu teria escrito em um mês ou mais. Estranhava bastante esse processo, sempre lia sobre escritores que demoravam um ano, dois anos, dez anos pra escrever livros e aquilo estava saindo tão fluido de mim… Pois é, até que de repente não.
Até hoje tenho um tanto de dificuldade para explicar sobre o livro, sobre a história do livro, sobre o personagem principal do livro mas resumindo em miúdos vou tentar explicitar um resumo: Murdock é um médico de extremo niilismo e expectador da própria vida, é quem narra a história também, e de dentro dessa vida que se resume ao seu trabalho, voltar para seu condomínio fechado, desgostar de seu redor e beber algumas com seu único amigo Cabeça Oca, vivendo num automatismo em que soa um tanto enlouquecedor, até que de repente, uma mulher de preto, sempre fumante, de óculos escuros e chapéu sempre flop, começa a aparecer vez ou outra em sua visão periférica que talvez possa mudar um pouco sua vida ou talvez ele finalmente tenha perdido o restante de sanidade que havia por ali.
Muito do livro reflete o momento em que vivia da minha vida — e que em partes ainda vivo — em que estar dentro de uma universidade que anteriormente era uma faculdade de medicina e a cultura e orgulho dentro de tal ambiente é nojenta e não muito nobre, o que me asfixiava em vários aspectos, minha depressão estava comigo todos os dias sem muitos respiros, o pensamento sobre morte também, não só de uma forma fatal, mas também filosófica, entre outros aspectos. Acho que essa fluidez que houve na primeira metade do livro foi por um desespero não-tão-escandaloso pra uma via de escape, o que a escrita sempre foi: uma salvação.
Depois de uns dez, doze capítulos, esse hábito simplesmente parou, talvez porquê minha na minha vida estavam acontecendo coisas pra além do tédio e então um hiato de quase seis meses, até tentei escrever algumas vezes, mas simplesmente não saiam mais alguns capítulos, as vezes parece ter que desentupir pra que continue a fluidez de algo, mas forçar algo, principalmente na arte, sempre me pareceu extremamente errado. Forcei alguns capítulos e depois os relia, reescrevendo algumas partes até me agradarem, mas essa fluidez não foi a mesma, era estranho as vezes, até que terminei, depois de um ano com essa história circundando minha mente quase o tempo inteiro.
Quando acabei essa história, eu me sentia orgulhoso, eu tinha acabado de escrever um livro, isso é algo que eu achava que ia demorar tanto para que acontecesse, até então eu só havia escrito poesias e contos em folhas em cadernos mal cuidados, mas agora não, agora eu me sentia um escritor de fato e achava que tinha acabado, era isso, só escrever. Ledo engano. Depois de terminar eu fui procurar o que eu fazia com isso e então começaram os processos para que houvesse uma versão final e então começaram realmente os trabalhos e as coisas chatas.
Eu li o livro mais uma vez para questão de história, depois para questões gramaticais, depois mandei para uma amiga para que fizesse as mesmas coisas e acabou que fizemos juntos. Depois mandei para dois amigos que seriam meus leitores-beta, aqueles que dão opiniões e coisas do tipo e essas leituras demoraram um tanto, depois das críticas e afins, tive que aprender como registrar uma história, tinha que ter alguma capa para o livro, aliás, em que eu consegui a capa com a maravilhosa da Pillar Belardi, que fez por puro gosto, enfim… Foi um processo chato pra caralho e eu só queria escrever e que as pessoas lessem… Era frustrante em vários âmbitos.
Que que eu faria com ele depois disso? Será que leriam? Será que iam gostar? E publicar? Pra publicar ou você tem dinheiro ou tem nome ou tem sorte. Será que ia ganhar dinheiro? Mas essa não era minha intenção. E aí? eu tinha um livro mas e aí?
Eu me sentia frustrado, confuso e até distante.
Até que eu ao perceber que tudo isso era algo que tinha minhas mãos atadas em vários aspectos, eu pensei comigo: É, vou por na internet, é o jeito mais fácil de simplesmente não engavetar. Então eu coloquei na internet e divulguei do jeito que pude e de graça e essa foi uma das decisões que mais me agradaram em relação a isso.
Não tenho ideia de quantas pessoas leram até hoje mas sei que várias pessoas leram e vieram comentar comigo, são sensações boas, melhores do que eu podia esperar se engavetasse ou se desse só pra algumas pessoas lerem e cá está, depois de um ou dois anos, um texto que eu queria escrever a muito tempo, só hoje saindo.
Há coisas que eu não sei sobre esse livro ainda, imagino eu, que eu relendo hora ou outra, talvez eu saiba mais sobre essa própria história que saiu de mim.
Não é um livro perfeito, sei disso, mas ainda assim, sei que é um bom livro.