poesia de quarta: a festa do fim do mundo.
✹ embriagar-se do absurdo pro niilismo morrer. [7]
Será assim, toda quarta eu postarei uma de minhas poesias, conteúdo que tenho e produzo a mais de uma década, então, é coisa pra caralho e quero movimentá-las, botar cada vez pro mundo, portanto, aproveitem a lambida que os olhos seus darão na minha alma. Tem gosto bom .A olhava de bem longe mas era grande,
Os olhos de todas as pessoas estão turvos, inclusive os meus.
A espetacularidade do absurdismo traz público,
o gozo imoral da publicidade e propaganda.
Todo mundo ri chorando
e chora sorrindo constantemente
em busca do riso
sem ter uma palavra inventada para esse tipo de sentimento cansativo.
Inclusive eu.
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Quem dera o espírito dos tempos fosse de uma confusa esquizofrenia.
É de uma desesperada normalopatia,
insossa, tradicionalista, gritante,
sufocante.
A virada do milênio parecia promissora,
agora soa como uma piada fora do timing.
A piada é que ri da gente.
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Festejamos com migalhas porque a sensação em
sua poesia reduzida é de:
"Tamo fudido. Muito fudido."
Um desamparo tão intenso que chega a libertar
numa ironia nojenta com nós bem à beira do fascismo.
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O absurdismo é isso:
ser tão absurdo que é conceito,
base.
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É tudo tão triste.
Que espetáculo de criatura que somos nós ao conseguir rir.
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Aqui não jaz uma condenação ou uma fala sarcástica
mas, sim,
uma percepção.
Confesso que uma
quase-aceitação.
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Todos os dias tenho dores de cabeça,
nós na garganta,
ranger de dentes,
dores no pescoço.
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Espero sentado minha demência que chegará pegando atalho pelos meses mal dormidos.
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O que será que aconteceu?
Que que será que houve?
Não quero o sociopolítico,
eu quero saber o que diabos aconteceu.
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A esperança é fruto que é raro de se achar assim,
caído pra pegar no chão,
se alimentar.
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Rir se tornou a espada e o escudo.
Andar de mãos dadas com a loucura não assusta tanto assim,
até alenta a gente se com os passos certos.
Impossível desistir agora,
não é sobre isso,
só entendo que o tempo vestiu outra roupa,
o presente é outros quinhentos.
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Cada qual com seus absurdos, porém,
os que vivemos são bizarros.
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Nesse pesadelo refrigerado
que morramos de calor.
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Sentido não é um prato que se come frio.
Sentido nem se serve, nem se come.
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O único norteamento que consigo ter é:
algo precisa morrer.
Nem eu, nem você.
Eles.
Eles precisam morrer urgentemente
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