Será assim, toda quarta eu postarei uma de minhas poesias, conteúdo que tenho e produzo a mais de uma década, então, é coisa pra caralho e quero movimentá-las, botar cada vez pro mundo, portanto, aproveitem a lambida que os olhos seus darão na minha alma. Tem gosto bom.A olhava de bem longe mas era grande,
Minha casa fica,
literalmente,
entre o céu e o chão.
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Olhei pra minha janela,
dei passos pra trás,
peguei impulso
e encenei um voo
com um dos pés plantados ao chão.
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Antes,
não.
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Isso não aconteceria.
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Eu escolheria encenar a queda.
O estatelar
no cenário de minha imaginação.
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Vivo minhas contradições.
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Percebo que contradições são como veias da existência:
necessárias,
fluem sangue.
Humano.
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Antes a queda,
agora
o voo.
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Antes a tristeza roçando,
agora
a vontade disciplinada em alegria.
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Antes a fumaça decorava,
agora
enevoa esquisito.
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Antes o frenesi com calmaria,
agora
a lentidão ansiógena.
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Achei que tava lá, mas,
tava aqui.
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Do romântico inegociável ao desinteressante apático,
cinza.
Do namorador ao desnamorado.
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Antes toque,
agora cautela,
quiçá receio,
quiçá medo,
quiçá terror.
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A dor me trava,
mas,
o movimento faz passar.
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Hora o núcleo do conceito de incômodo,
hora sou Deus.
Natural, sou industrial.
Sou verde, sou rosa.
Sou pequeno, sou amplo.
Sou curvo, sou reta.
Sou paranoia, sou acerto.
Sou dor, sou caminhada.
Sou sino, sou silêncio.
Sou tudo, sou… pouco.
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Nunca fui tão humano.