Será assim, toda quarta eu postarei uma de minhas poesias, conteúdo que tenho e produzo a mais de uma década, então, é coisa pra caralho e quero movimentá-las, botar cada vez pro mundo, portanto, aproveitem a lambida que os olhos seus darão na minha alma. Tem gosto bom.A olhava de bem longe mas era grande,
A olhava de bem longe mas era grande,
com metros de cabelos marrons e a
pele
levemente queimada.
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Banhava os pelos do pincel em lagos minúsculos de potes de tinta;
usava seu torso inteiro como tela
para-ser-pintada.
Deslizava de cima para baixo
criando estradas invisíveis de flores
ipês caídos.
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Transou as estradas e formou pelos seios com o pincel de deus
um mundo-mapa.
Já em cores que
em seus cruzamentos tinham crias
de prazer.
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Largou o pincel de madeira pois sabia que na ponta dos dedos
e da tinta vermelha dura
tinha a fusão intermitente das obras dos pintores.
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Com dedos que adentram a vulva encharcada,
banhou os dedos
e espalhou as cores pelas mãos,
enrolando a luz e deslizando a sombra
só com as linhas das palmas das mãos.
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Esfregava-se dos braços as linhas dos seios,
o umbigo,
da boca ao âmago
e tornava-se a obra de arte dentro de uma própria pintura esculpida por escrita de músico.
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O azul dos dedos indicador e médio ganharam asas firmes para voarem baixo
e com leveza de pena.
Se deixavam engolir pela flor
com cheiro humano,
pela buceta que molhava, molhava
e molhava.
Entre o cheiro das cores molhadas e o escorrer da alma que inundava
aquilo que fazia o sangue correr.
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Ia e vinha,
sentia-se em viagem da lua
a Vênus
sem usufruir dos pés.
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"Única vez
que amor
fez"
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E gozou.