poesia de quarta: o mimetista.
dessa vez na quarta mesmo. semana que vem tem texto novo. [4]
Será assim, toda quarta eu postarei uma de minhas poesias, conteúdo que tenho e produzo a mais de uma década, então, é coisa pra caralho e quero movimentá-las, botar cada vez pro mundo, portanto, aproveitem a lambida que os olhos seus darão na minha alma. Tem gosto bom .A olhava de bem longe mas era grande,
Penso:
minha sombra que me guia,
eu quem a sigo.
-
Desde pequeno vejo que aprimoro a mania das pessoas.
Emulo
os corpos com gotas
das especiarias de meu corpo.
Hora lambuzo,
derramo-me em demasia incondenável
até que se esqueça que um pedaço do
Eu
veio do
Outro.
-
No Ego ainda não.
No Eu ainda sim.
-
Vez,
em meio ao conhaque de ponteiro de relógio,
das mãos às mãos,
perguntaram a mim,
a roda
e as estrelas
se essência existia.
-
Hoje respondo, após anos que:
sim.
-
Eu sou o mimetista,
o mímico em preto e branco.
Mais preto que branco.
-
Aquele que é o belíssimo monstro de Frankenstein.
Longe do bizarro,
dentro do sublime,
o monstro que não é a costura,
é a partilha.
-
Não sou a cópia da cópia da cópia de nada,
nem ninguém.
Sou a humanização do conceito de partilha de almas.
Ubuntu puro.
Mas sou sensível,
vez frágil.
-
Sou inevitavelmente autêntico, porém,
everything is a remix
e a vida cínica.
-
Mergulho no mar de água reflexivas e refletidas em incendia que são as crises existenciais
na busca de nunca perder pra morte,
pro medo da morte.
-
Atravesso o espelho d'água pra buscar o não-medo
e a coragem.
Não para um ato, mas,
para uma atmosfera,
uma ética,
uma história.
A minha.
-
Não as gritarei,
não busco o escândalo mais,
só quero levá-las em meus bolsos:
A coragem no bolso esquerdo
e o não-medo
no bolso direito.
No bolso de trás carrego um dente da Morte dentro do maço de cigarros vazio
só pra nunca me esquecer
e lembrar
da malícia,
da lascívia,
da delícia
e
da malemolência.
-
É um pecado que eu sinta inseguranças sociais e sexuais,
paranoias de catástrofe do jardim,
neuroses de gastrite nos cantos,
apocalipses nos quartos,
dúvidas de reticências
e preocupações constantes.
-
A pós-modernidade no capitalismo tardio embebido da sociedade do espetáculo é deveras cafona e deprimente.
-
Que eu ache minha paz.
Estou chegando.
Não me espere.