Será assim, toda quarta eu postarei uma de minhas poesias, conteúdo que tenho e produzo a mais de uma década, então, é coisa pra caralho e quero movimentá-las, botar cada vez pro mundo, portanto, aproveitem a lambida que os olhos seus darão na minha alma.
meus olhos doem devido
a consistência do franzir do cenho.
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desperto cedo demais do sono,
desaprendi a arte de dormir.
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há anos de não descanso.
só sonho.
e sei que já fui mais deslumbrante ao mundo onírico.
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essa noite
sonhei que era aterrorizado por uma barata.
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sendo kafkaniano as cinco horas da manhã.
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meu coração disparava as cinco horas da manhã;
veja só se isso é hora do coração disparar.
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impensadamente: aposto minhas fichas no mar,
logo eu,
um condenado da terra.
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Minas Gerais que me perdoe,
que arrume todas as desculpas do mundo,
mas, estar longe do mar,
é ferida aberta à flor da pele.
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talvez o ouro seja só um prêmio de consolação.
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estou exausto de todos os assuntos do mundo;
o que eu quero não existe.
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há um tom na cantoria da vida que
soa como fechamento de espetáculo,
apagar das luzes,
fechar das cortinas,
mas,
não acaba,
só deixa a sensação pairar.
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tenho quase certeza que viverei muitos anos ainda.
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se eu não morrer amanhã,
me torno imortal e
faço, novamente,
essa mesma promessa na noite de amanhã.
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se não cumpri-la
beba uma cerveja e fume um cigarro em minha homenagem.
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morrer não,
acho que não morri,
mas, é válido um empenho em sumir.
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não me espere.
só sorria
e eu sorrirei lá
do parque de diversões da inexistência.
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