poesia de quarta: cidade fantasma.
̶̶̶̶ «̶ ̶̶̶ ̶ «̶ ̶̶̶ ̶ ̶ ̶»̶ ̶̶̶ ̶ »̶ ̶̶̶ uma cidade no meio de minha caixa torácica.
Será assim, toda quarta eu postarei uma de minhas poesias, conteúdo que tenho e produzo a mais de uma década, então, é coisa pra caralho e quero movimentá-las, botar cada vez pro mundo, portanto, aproveitem a lambida que os olhos seus darão na minha alma.
Como a caneta que seguro,
minha transparência é meio turva,
meio suja,
meio-meio...
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Me vejo perdido no sentido
ou na falta dele.
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Isso não é novo,
é parte do todo da vida.
Como o vento: ora é brisa,
ora é vendaval.
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Novamente: sentido não se serve,
nem se come.
̶̶̶̶ «̶ ̶̶̶ ̶ «̶ ̶̶̶ ̶ ̶ ̶»̶ ̶̶̶ ̶ »̶ ̶̶̶
Não que eu queira o sentido da vida, porém,
por vezes,
é tudo tão
absolutamente
desinteressante.
̶̶̶̶ «̶ ̶̶̶ ̶ «̶ ̶̶̶ ̶ ̶ ̶»̶ ̶̶̶ ̶ »̶ ̶̶̶
Tanto. Tanto.
̶̶̶̶ «̶ ̶̶̶ ̶ «̶ ̶̶̶ ̶ ̶ ̶»̶ ̶̶̶ ̶ »̶ ̶̶̶
Não chega nem a ser assustador pois sequer interessa o susto.
̶̶̶̶ «̶ ̶̶̶ ̶ «̶ ̶̶̶ ̶ ̶ ̶»̶ ̶̶̶ ̶ »̶ ̶̶̶
Olho-me translúcido mas visível
em que a sujeira do espelho reflete mais que o reflexo do vidro.
̶̶̶̶ «̶ ̶̶̶ ̶ «̶ ̶̶̶ ̶ ̶ ̶»̶ ̶̶̶ ̶ »̶ ̶̶̶
Um corpo. Um fantasma.
Não um fantasma devedor e deprimente, mas,
uma imagem,
uma vista
dos portões da minha caixa torácica que guarda dentro algo parecido com
a sensação de uma cidade fantasma.
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Eu sou uma cidade fantasma.
̶̶̶̶ «̶ ̶̶̶ ̶ «̶ ̶̶̶ ̶ ̶ ̶»̶ ̶̶̶ ̶ »̶ ̶̶̶
Tiro o nariz pra fora d'água,
engulo todo o ar nas narinas,
aperto os olhos e,
novamente,
mergulho.
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Que saudade de respirar dentro do mar.
̶̶̶̶ «̶ ̶̶̶ ̶ «̶ ̶̶̶ ̶ ̶ ̶»̶ ̶̶̶ ̶ »̶ ̶̶̶
Agora boio,
tento dormir,
pouco durmo,
acordo,
penso:
̶̶̶̶ «̶ ̶̶̶ ̶ «̶ ̶̶̶ ̶ ̶ ̶»̶ ̶̶̶ ̶ »̶ ̶̶̶
Definitivamente esse ano tem de acabar.
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